Com a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no ano passado de liberar a venda em farmácias de produtos à base de cannabis no Brasil, o mercado doméstico abre espaço para a geração de R$ 12,7 bilhões na economia, segundo projeção da Dr. Cannabis, especialista em consultoria, orientação e parcerias para empresas que querem entrar no segmento no país.
A estimativa é conservadora e não leva em consideração o uso medicinal da planta, apenas bebidas, cosméticos e alimentos, explicou Viviane Sedola, CEO e fundadora da Dr. Cannabis, durante sua participação na conferência anual promovida pelo Credit Suisse a investidores em São Paulo.
Os cálculos consideram que o mercado de cannabis consiga abocanhar uma pequena mordida dessas grandes mercados no Brasil.
Potencial da indústria da maconha no Brasil
Setores |
Mercado brasileiro total |
Parcela do setor que pode ser atendida por produtos com Cannabis |
Estimativa para o mercado de Cannabis |
Beleza e higiene |
R$ 50 bilhões |
5% |
R$ 2,5 bilhões |
Cerveja |
R$ 74 bilhões |
10% |
R$ 7,4 bilhões |
Alimentos |
R$ 564 bilhões |
0,5% |
R$ 2,8 bilhões |
Com a regulação da Anvisa, as empresas interessadas podem começar a pedir licenças para seus produtos a partir de março deste ano.
Lá fora, essa iniciativa já foi feita por grandes marcas, como a Ambev e a Corona, no ramo de cervejas, e a Ben & Jerry’s, de sorvetes.
No campo medicinal, a consultoria americana New Frontier Data projeta um mercado de 3,4 milhões de pacientes ao ano no Brasil que podem ser atendidos por medicamentos com cannabis.
“Mais de 50% da população brasileira adulta hoje sofre de dores ou doenças crônicas que podem ser beneficiadas. Temos um espaço muito importante para ocupar”, diz Viviane Sedola.