Coluna de Fabrício Pamplona*
Na coluna deste mês vou tocar em algo muito discutido, mas pouco conhecido: de onde vem a abrangência dos efeitos do canabidiol, o CBD?
Fala-se de diversos efeitos potenciais desta substância, mas se seguirmos à risca o posicionamento médico oficial, é tentador voltarmos com a visão de que os efeitos do CBD se restringem ao tratamento da epilepsia.
Fala-se de diversos efeitos potenciais desta substância, mas se seguirmos à risca o posicionamento médico oficial, é tentador voltarmos com a visão de que os efeitos do CBD se restringem ao tratamento da epilepsia.
Para argumentar sobre o tema, vou me embasar em um artigo recente de revisão do meu ex-colega de laboratório e agora professor universitário Rafael Mariano, junto com nosso ex-orientador Prof. Reinaldo Takahashi e participação do Prof Elisaldo Carlini, que foi publicado postumamente, praticamente como uma homenagem.
Nada mais justo do que contar com a opinião de um dos verdadeiros pioneiros do tema no Brasil (Prof. Carlini) e a visão atualizada de duas gerações posteriores de cientistas brasileiros. Quem quiser conhecer o artigo, está aqui.
A provocação é justa: será que o CBD pode ser útil para doenças psiquiátricas? Ou será sempre tratado no âmbito da “medicina alternativa” fora da indicação principal para a qual já foi registrado?
As áreas em que esse potencial pode se desenvolver são igualmente atrativas: ansiedade e depressão, passando por diversos tópicos relacionados, como o temeroso transtorno de estresse pós-traumático, que infelizmente está sendo muito relevante no Brasil neste contexto de pandemia.
Em mais detalhes, dizemos que ele inibe a degradação e receptação de endocanabinoides, atuando de maneira semelhante aos antidepressivos, que aumentam os níveis endógenos de serotonina. Ah, e o CBD também estimula essa via.
Além do conhecidos efeito antioxidante e anti-inflamatório, o CBD exerce um efeito de ativação indireta dos receptores canabinoides pelo CBD. Em mais detalhes, dizemos que ele inibe a degradação e receptação de endocanabinoides, atuando de maneira semelhante aos antidepressivos, que aumentam os níveis endógenos de serotonina. Ah, e o CBD também estimula essa via.
Olha, dessa perspectiva, diria que não demora muito para a psiquiatria também ser fortemente impactada por essa onda verde dos tratamentos com CBD. O tempo dirá.
Fonte: https://sechat.com.br/cbd-batendo-na-porta-da-psiquiatria/ Data: 19/05/2021.